quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A Nova Bedeteca da Amadora


No encerramento da 25ª edição do Festival de BD da Amadora foi anunciada a Inauguração da Bedeteca da Amadora, que teve lugar no passado dia 8 de Novembro.

Aquele espaço está integrado na Biblioteca Municipal Piteira Santos daquela cidade e abriu com duas exposições: “O Resto da Revista – o que (quase) fica de fora das histórias da banda desenhada”, e “25 Anos, 25 Autores, 25 Cartazes”, dedicada aos cartazes das 25 edições do AmadoraBD, que podem ser visitadas até dia 31 de março de 2015.

Segundo a informação divulgada pela Câmara Municipal da Amadora, a nova Bedeteca acolhe “mais de 40 mil publicações, entre álbuns, livros, revistas e fanzines”. Muitas das obras aí depositadas foram doadas por Geraldes Lino, um dos grandes divulgadores da BD em Portugal.

“Segundo a Presidente da Câmara Municipal da Amadora, Carla Tavares, a criação da Bedeteca “é mais um passo no reconhecimento da importância da Nona Arte para a Amadora, que pretende continuar a afirmar-se como a capital da Banda Desenhada e apresenta-se como mais uma peça na construção contínua deste projeto desafiante, pretendendo ser um espaço pensado para a difusão da BD nos seus vários suportes e que ambiciona chegar a pessoas de todas as idades, durante todo o ano”.



A exposição “O Resto da Revista – o que (quase) fica de fora das histórias da banda desenhada” “ engloba uma série de pranchas de revistas de banda desenhada, dividindo-se em cinco núcleos: “O espaço entre as histórias”, “Passatempos e construções”, “Navegando entre as histórias”, “A cor das histórias” e “O tempo entre as histórias””.

Comissariada por Mário Moura, esta primeira iniciativa daquele espaço aborda “o avesso da banda desenhada”, isto é, as  “coisas que estão lá, à vista de todos, que não fazem bem parte de uma banda desenhada, mas que a rodeiam e suportam. Trata-se de perceber como aquilo que rodeia e enquadra as histórias também as modela, de tal maneira que quando a Banda Desenhada se adapta a novos meios e contextos, esses dispositivos de enquadramento são recuperados, nem tanto por nostalgia mas porque dela já fazem parte. Para os apreciadores de design e os amantes da Banda Besenhada (muitas vezes uma só pessoa), esta será uma pequena amostra de toda a riqueza que fica entre estas duas áreas”.

A Bedeteca pode ser visitada no piso 2 da Biblioteca Municipal, de terça-feira a sábado, das 10.00h às 18.00h:

Bedeteca na Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos
Av. Conde Castro Guimarães

2720-119  Amadora

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

É hoje lançado o album do João Amaral "A Viagem do Elefante", a daptação para BD do romance de Saramago

É hoje editado pela Porto Editora a adaptação em BD de "A Viagem do Elefante" de José Saramago, da autoria do autor João Amaral.

Esta adaptação, sobre a qual já divulgámos outras notícias, resultou de um trabalho de quase três anos levado a cabo por João Amaral.

Segundo a nota de imprensa da Porto Editora, este álbum de BD "tem a particularidade de ser narrado pelo Nobel português" e "relata a viagem do elefante Salomão, um presente do rei D. João III para o arquiduque Maximiliano da Áustria, de Lisboa até Viena, guiado pelo indiano Subhro".

 Pilar del Río escreveu  no prefácio desta edição : «o caminho até Viena é tortuoso: João Amaral sabe-o bem porque o esteve a desenhar durante mais de dois anos passo a passo. […] João Amaral estudou muito bem aquilo que José Saramago havia escrito e logo que o soube com todas as letras pintou-o para que nada na sua banda desenhada fosse falso».

Sobre o autor, transcrevemos em baixo a nota da editora:

"O AUTOR




"João Amaral nasce em Lisboa, em 1966. Participa nas Selecções BD – 2ª Série, com dois episódios de O Que Há de Novo no Império?. Publica nesta revista O Fim da Linha, um remake do célebre filme O Comboio Apitou Três Vezes. Ganha uma menção na categoria de Novos Valores, no Festival da Sobreda, em 2002, para o qual apresenta uma história intitulada Game Over. É um dos autores que participa, em 2003, no álbum Vasco Granja – Uma Vida, 1000 Imagens. Elabora ainda três álbuns. Paralelamente foi, ao longo dos anos, desenhador de publicidade, colaborou com a revista A Rua Sésamo, fez ilustrações para livros. No seu blogue, publica como Joca uma tira humorística, intitulada Fred & Companhia".

Aguardamos comexpectativa a chegada às livrarias da obra de João Amaral.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A Filosofia de Astérix


 A prestigiada revista francesa de Filosofia "Philosophie Magazine" acaba de lançar uma edição especial dedicada à série Astérix, analisando a relação dessa célebre série com a Filosofia.

Um resumo dos artigos publicados nesta edição, que se encontra à venda nos quiosques por 10 euros,  pode ser lido AQUI.

Esta não é a primeira vez que essa revista dedica um número especial à Banda Desenhada. Já o fez com Sempé e  Tintin, e ainda com uma edição dedicada à 9ª arte, revelando assim que naquele país a BD é um assunto para ser encarado a sério.



sexta-feira, 14 de novembro de 2014

JOÃO AMARAL: "A VIAGEM DO ELEFANTE" SÓ A 21 DE NOVEMBRO.


A esperada edição da adaptação à Banda Desenhada do Romance "A Viagem do Elefante, pelo autor de BD João Amaral, será hoje colocada à venda, mas o lançamento oficial só terá lugar no próximo dia 21, de acordo com a informação publicada pelo autor no seu blogue:

"A segunda vida dos romances passa pela banda desenhada" (Diário de Notícias)

A propósito do lançamento da adaptação à banda desenhada do romance de Saramago, "A Viagem do Elefante", da autoria de João Amaral, o Diário de Notícia recorda as virtualidades da adaptação à BD de romances de referência:

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

No cinquentenário do “reino de ID”


No dia 9 de Novembro de 1964 era publicada a primeira tira da série “The Wizard of ID” ( o Feiticeiro de Id ou, no Brasil, o “mago” de ID).

A série de “Comic strip” foi criada por dois amigos de juventude, Brant Parker, o desenhador, e Johnny Hart, o argumentista.


Brant Parker, nascido em Los Angeles em 26 de Agosto de 1920, combateu na Segunda Guerra e, depois de ser desmobilizado, trabalhou nos estúdios de Walt Disney. Em 1945 parte para Nova Iorque e torna-se cartoonista político no Binghamton Press. Dois anos depois de ter criado o “reino” de ID, cria em 1966 a série Crock, uma série humorística sobre a legião estrangeira, em parceria com Bill Richim e Don Wilder.


Johnny Hart (aliás, John Lewis Hart) nasceu em Nova Iorque em 19 de Fevereiro de 1931, tendo combatido na Coreia, tendo aí iniciado a sua carreira como cartoonista colaborando no semanário da armada norte-americana Stars and Stripes. Desmobilizado em 1953, colabora em vários jornais de Nova Iorque e trabalha no departamento gráfico da General Electric. Em 17 de Fevereiro de 1958 inicia a publicação da série B.C, uma das mais famosas de sempre, passada numa hipotética “idade da pedra”.

Ao criar a série “Feiticeiro de Id”, agora como argumentista, avança um pouco na época histórica, para  uma fictícia,  desconcertante e incongruente “Idade Média”.

Tanto Brant Parker como Johnny Hart receberam vários prémio pelo seu trabalho, não só pelo “Feiticeiro de ID”, mas também pelo conjunto do seu trabalho enquanto cartoonistas e autores de séries de BD, como o prestigiado Reuben Award (Hart em 1968, Parker em 1984), o  Nacional Cartoonist Society Comic Strip Award (Parker em 1971, 1976, 1980, 1982 e 1983), o Elzie Sege Award (Parker em 1986) e Yellow Kid, do Festival italiano de BD de Luca(Hart, 1970).

O nome da série “The Wizard of Id” é uma brincadeira com “O Feiticeiro de Oz”, indo buscar o nome de ID para o reino fictício a um termo freudiano, referente ao instinto primário da mente humana, ao mesmo tempo joga com o diminutivo da palavra Idiota (que se escreve em inglês de forma parecida).

A série é uma sátira à América contemporânea, criando um vasto lote de personagens propositadamente incongruentes com a época “histórica” do reino de ID, como o próprio rei, um tirano convencido, o feiticeiro, algo idiota, que dá nome à série, o sempre fiel cavaleiro Sir Rodney ou o eterno prisioneiro Spook, entre tantas outras.


O humor corrosivo da série teve de enfrentar a senha de vários fundamentalistas das três principais religiões, a judaica, a cristã e a muçulmana.

Em 1997 Brant Parker deixa de desenhar a série, entregue agora aos cuidados do seu filho Jeff Parker. Hart continuou a colaborar na série até á data da sua morte em 2007. Actualmente a série continua a ser editada em milhares de jornais por todo o mundo, sendo criada no John Hart Studios, também responsável pela série B.C.

Em Portugal a série conheceu algum sucesso nos anos 70, sendo editada diariamente, se não estou em erro, no vespertino “A Capital”, nunca tendo conhecido, a não ser em edições brasileiras, qualquer  edição retrospectiva editada em Portugal (menciono este parágrafo de memória, já que não me foi possível confirmar esses dados ).

(As poucas edições da série em português foram publicadas no Brasil)

Por ironia do destino Hart e Parker faleceram com oito dias de diferença, Johnny Hart em 7 de Abril de 2007 e Brant Parker em 15 de Abril desse mesmo ano.



Algumas das referências e tributos aos dois autores, por ocasião da sua morte, podem ser lidos nos seguintes links: 

tributo a John Hart

Recordar Jonh Hart

tributo a Brant Parker

(oito dias antes de falecer, Parker editou um tributo ao seu amigo Hart, entretanto falecido)

Em Baixo também podemos ver alguns dos tributos realizados por outras séries, por ocasião do desaparecimento dos dois autores:









Pessoalmente o Feiticeiro de Id foi sempre uma das minhas séries preferidas, tendo-me influenciado numa pequena aventura pessoal pelo mundo das tirinhas de BD nos anos 80, criando a série do “Rei Minimus” ( a qual conto vir a “reeditar” neste blogue, depois de a ter divulgado num outro blogue da minha autoria, o Pedras Rolantes).


Aqui vos deixo com alguns dos momentos mais significativos da série “The Wizard of ID”:


 Algumas páginas do primeiro "album" da série publicado em 1965:









Uma das mais recentes "tiras" da série, editada ontem, 12 de Novembro de 2014:


As tiras diárias publicadas na imprensa são intercaladas pela página dominical com uma história mais longa:




...e uma pequena selecção de algumas tiras da série disponíveis na net:







quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A poucos dias do fim do AMADORA BD, aqui divulgamos as primeiras palavras do coordenador do album vencedor do Prémio Nacional de BD:


O Festival da Amadora de BD encerra já no próximo fim-de-semana.

Um dos momentos mais aguardados do festival é o anuncio do Prémio Nacional de BD, divulgado no passado fim-de-semana e cujo resultado já divulgamos no post anterior, destacando-se o prémio atribuido ao melhor album do ano, a obra colectiva "A Zona de Desconforto".

Marcos Farrajota coordenou esse  album, uma antologia de 10 autores portugueses que tiveram de emigrar e que, através do trabalho divulgado no album, reflectem a sua experiência de emigração.

O Diário de Notícias conseguiu ouvir Marcos Farrajota, que trabalha na BeDeteca de Lisboa, sobre esse prémio:

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Uma Visita fotográfica ao AMADORA BD e o anuncio dos Vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada 2014 :


Finalmente, ontem pudemos visitar o núcleo central da 25ª edição do Amadora BD, localizado no Fórum Luís de Camões, na Brandoa.

Dessa visita resultou a pequena "reportagem" fotográfica que divulgamos em baixo.

Recordamos que este evento termina no próximo Domingo 9 de Novembro.

Começando pelo piso -1:

Destaque para a exposição comemorativa do 75º aniversário da série Batman, criada em 1939 por Bob Kane e Bill Finger:














Também no mesmo piso uma outra "aniversariante" da  BD  é alvo merecida homenagem. Referimo-nos à Mafalda:








Ainda no mesmo piso destaca-se a dupla Joana Afonso e Nuno Duarte, desenhadora e argumentista de O Baile, série que premiada na sessão anterior do Festiva. Joana Afonso, aliás, esteve presente ontem à tarde na secção de autógrafos. Infelizmente o seu album estava esgotado no espaço de vendas.




















Neste piso merecem ainda destaque as exposições e os espaços dedicados ao futuro da BD (Galáxia XXI), ao Ano editorial e à colecção de autógrafoa recolhidos ao longo dos 25 anos de vida do Festival da Amadora, e que aqui compilamos no grupo de fotos que se seguem:







...e de passagem para o Piso -1...



..Eis-nos chegado ao Piso -1, onde se concentra a feira do livro de BD, o espaço de autógrafos...




... o muito concorrido atelier infantil...



...a exposição dos vários trabalhos a concurso...












...os cartazes dos 25 anos do Festival e ainda mais espaços de exposição, como os dedicados à ilustradora Cristina Sobral...







...ao cartonista Henrique Monteiro...




...ao "Surfista Prateado"...




...ou a Osvaldo Medina e à sua série Super Pig...








Entretanto, neste fim-de-semana, foram igualmente divulgados os Vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada 2014 :


Prémio Nacional de Banda Desenhada – Melhor Álbum Português

Zona de Desconforto, de Amanda Baeza, André Coelho, Cristina Casnellie, Daniel Lopes, David Campos, Francisco Sousa Lobo, José Smith Vargas, Júlia Tovar, Ondina Pires e Tiago Baptista (Chili comCarne)

Prémio Nacional de Banda Desenhada – Melhor Argumento para Álbum Português
André Oliveira, Hawk (Kingpin Books)

Prémio Nacional de Banda Desenhada – Melhor Desenho para Álbum Português
Pedro Massano, A Batalha 14 de Agosto de1385 (Gradiva)

Prémio Nacional de Banda Desenhada – Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeira
Safe Place, de André Pereira e Paula Almeida (Kingpin Books)

Prémio Nacional de Banda Desenhada – Melhor Álbum de Autor Estrangeiro
As Serpentes de Água, de Tony Sandoval (Kingpin Books)

Prémio Nacional de Banda Desenhada - Melhor Álbum de Tiras Humorísticas
No Presépio, de Álvaro e José Pinto Carneiro (Insónia/Álvaro Santos)

Prémio Nacional de Banda Desenhada – Melhor Ilustração de Livro Infantil
Vera Tavares, Lôá Perdida no Paraíso (Tinta da China)

Prémio Nacional de Banda Desenhada – Prémio Clássicos da 9.ª Arte
Maus, de Art Spiegelman (Bertrand Editora)

Prémio Nacional de Banda Desenhada – Fanzine
Espaço Marginal, de Marco Silva (Instituto Politécnico de Beja)

Prémio Nacional de Banda Desenhada – Troféu de Honra
Carlos Baptista Mendes

Refere  o site oficial do Festival:
"O júri dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada é constituído por Nelson Dona, diretor do AmadoraBD e em representação da Presidente da Câmara Municipal da Amadora, Carla Tavares,Joana Afonso, autora de BD, Luís Salvado, jornalista e especialista bedéfilo (e comissário da exposição central), António Dâmaso Afonso, colecionador de BD e Sara Figueiredo Costa, comissária da exposição central.

"Até dia 9 de novembro, os álbuns vencedores podem ser vistos no AmadoraBD, no Fórum Luís de Camões, na área dedicada ao Ano Editorial Português (piso 0) e a exposição de homenagem a Carlos Baptista Mendes, Portugueses na Grande Guerra, pode ser visitada na Galeria dos Paços do Concelho, na Câmara Municipal da Amadora".