No passado dia 21 de Abril deu-se um encontro histórico para a Banda
Desenhada latino-americana, o encontro entre Maurício de Sousa e Quino, os “pais”
de duas das “crianças” mais famosas do mundo dos quadradinhos, Mónica e
Mafalda.
O encontro teve lugar no Centro Cultural Brasil-Argentina, na embaixada
do Brasil em Buenos Aires, para descerramento de uma ilustração feita por
Maurício de Sousa em homenagem aos 50 anos de Mafalda.
Nesse desenho vê-se a Mônica a entregar o seu coelhinho azul, Sansão, a
Mafalda.
As duas personagens têm quase a mesma “idade”, Mônica ligeiramente mais
velha, “nasceu” em Março de 1963, do que Mafalda, “nascida” em Setembro de
1964.
Enquanto Mafalda deixou de ser desenhada em 1973, a Mônica “cresceu”,
agora no “papel” de uma jovem adolescente em edições recentes.
Nessa ocasião Quino disse que a Mafalda não precisa de reaparecer
porque os problemas no mundo continuam os mesmos e o que ela teria a dizer já
foi dito.
Mauricio de Sousa concorda e acha que foi a falta de vontade política
que congelou o mundo de Mafalda:Ӄ um caso que infelizmente o discurso
permanece atual. Nós ainda não estamos conseguindo colocar as nossas histórias
na mesa dos políticos. Os adultos que mandam no mundo não estão entendendo da
necessidade da Educação”.
O histórico encontro pode ser visto em baixo, num conjunto de fotos
divulgadas por aquele Centro Cultural.
Entretanto recordamos que, até Junho, podem visitar a exposição
comemorativa do cinquentenário da Mafalda no Bar Quebra-Costas , em Torres
Vedras (noites de 6, Sábado e vésperas de feriados).
Foi anunciada a realização da XI edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, que terá início em 29 de Maios. As novidades sobre o festival podem ser vistas no site oficial do festival AQUI.
O famosos autor de BD brasileiro Ziraldo, vai ter mais um album seu editado em Portugal, segundo o que foi divulgado esta semana pela LUSA:
"Livro "O menino quadradinho", do brasileiro Ziraldo,
publicado em Portugal
“Um rapaz que vive apaixonado
por histórias aos quadradinhos e acaba por descobrir o valor das palavras é o
protagonista do livro "O menino quadradinho", do autor brasileiro Ziraldo,
que é editado este mês.
“De acordo com a editora Booksmile, é a primeira vez que este livro,
editado no Brasil em 1989, sai em Portugal, embora haja registos da
distribuição da edição brasileira no mercado nacional, nos anos 1990.
"O menino quadradinho", sugerido para leitores a partir dos
sete anos, é uma obra híbrida, que progride da banda desenhada para uma
história feita apenas de palavras, como metáfora sobre o crescimento das
crianças.
“Neste livro, Ziraldo coloca o protagonista como uma personagem que
vive dentro de uma banda desenhada, um rapaz com capacidade para manipular
cores, técnicas e o próprio enredo. De repente surge-lhe a página em branco e
aparecem-lhe as palavras.
"Aprendi tudo acerca das histórias de banda desenhada na Escola Superior
de História em Quadrinhos de Caratinga. Ali - e até hoje - venho convivendo com
os mestres que, todos os dias, inventam como me ensinar a desenhar",
escreveu Ziraldo na apresentação do livro.
“Nas páginas dedicadas à banda desenhada, Ziraldo faz referências
visuais a alguns desses mestres, como Will Eisner, Alex Raymond, Chester Gould,
Hal Foster Jean Giroud e Roy Lichtenstein.
“Ziraldo desenha a assinatura dele no final do texto, depois de dizer:
"Agora que tu, leitor, também chegaste até aqui, estou certo de que me
vais dizer: 'Espera aí, isto não é um livro para crianças'. E eu responderei:
'Não. Não é. Este é um livro como a vida. Só é para crianças no começo".
“Ziraldo Alves Pinto, nascido em Caratinga em 1932, é considerado um
dos maiores nomes brasileiros da literatura para os mais novos, embora o seu
trabalho não se tenha limitado a esses leitores nem a essa arte.
"O menino quadradinho' é uma referência em toda a América Latina,
sendo uma obra incontornável quando se fala na promoção e incentivo à
leitura", afirma a Booksmile, que prevê a edição de outras obras de
Ziraldo.
“Na década de 1980, foram publicados em Portugal alguns livros do
autor, como "Pelegrino & Petrónio", "Os dez amigos",
"Rolim" e "Joelho Jovenal" - sobre partes do corpo humano -
e também "Flicts", todos com adaptação de texto de António Avelar de
Pinho. Mas grande parte da obra já não se encontra disponível no mercado
português.
“Cartoonista, caricaturista, ilustrador, Ziraldo lançou, nos anos 1960,
a revista de banda desenhada "A turma do Pererê", fundou, com outros
humoristas, o jornal O Pasquim, durante a ditadura militar, e criou a
personagem "O menino maluquinho", "um dos maiores fenómenos
editoriais no Brasil de todos os tempos", lê-se na biografia do autor.
“Ziraldo, que está traduzido para vários idiomas, esteve para vir a
Portugal em fevereiro, para participar no 1.º Encontro de Literatura
Infanto-Juvenil da Lusofonia, mas acabou por não estar presente, por razões de
saúde.
“A coleção "O Menino Maluquinho" valeu-lhe o Prémio Jabuti de
Literatura, em 1980. Em 2004, conquistou o prémio Hans Christian Andersen,
considerado o "Nobel" da literatura para os mais novos”.
SS // MAG
Lusa
12 de Abril de 2015.
Podem ler também AQUI uma entrevista que Ziraldo deu em janeiro último, a propósito dos atentados ao Charlie Hebdo.
Recomendamos também uma visita AQUI ao seu site oficial.
Em baixo divulgamos uma outra entrevista mais antiga com o autor brasileiro: