segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Morreu Golib, um dos mais irreverentes e inovadores autores de Banda Desenhada


A notícia foi esta manhã divulgada em Portugal pela agência Lusa:

“O autor de banda desenhada francês Marcel Gotlib, criador do cão Gai-Luron, morreu hoje aos 82 anos, anunciou a editora Dargaud. "A família comunicou que Marcel Gotlib morreu hoje", na sua casa, na região parisiense, acrescentou a Dargaud, manifestando a sua "enorme tristeza".

“Marcel Gottlieb, conhecido como Gotlib, lançou o cão Gai-Luron na revista semanal Vaillant em 1962, e na revista Pilote, de René Goscinny, o criador de Astérix, criou a Rubrique à Brac, em 1968, uma série de banda desenhada excêntrica, de humor cáustico, de enorme êxito”.

Gotlib era uma dos mais criativos e irreverentes autores da BD franco-belga.

Nasceu em Paris em 14 de Julho de 1934, filho de refugiados judeus hungaros, e formou-se em desenho publicitário e, antes de se dedicar em defenitivo à BD, ilustrou vários livros para crianças entre 1960 e 1961, usando vários pseudónimos (Mar-Got, Garmo, Marclau).

A sua primeira BD foi uma adaptação de um romance da condessa de Ségur, “Le General Dourakine.

É a partir de 1962 que o seu horizonte se alarga com a sua entrada para a equipa da revista “Vaillant”, antepassada do “Pif Gadget”,  onde cria o cão Gai-Luron.



 
Em 1965 muda-se para a revista “Pilote”, mais de acordo com a sua irreverência criativa, onde colabora com argumentos de Goscinny e  Mandryka na elaboração de várias histórias curtas., as famosas “Dingodossiers”. Três anos depois cria “La Rubrique à brac”.

 
 
Naquela revista colabora com argumentista com vários autores como Alexis, Druillet ou Mandrika, entre muitos outros.


 
Em 1971 cria com Jacues Lob o famoso “SuperDupont”, e nesta década sai da revista “Pilote” , que então conhece alguma instabilidade, colaborando na revista “Rock e Folk” com a série Hamster Jovil e, um ano depois, em 1972, com Claire Bretécher e Nikita Mandryka, cria uma das mais irreverentes e revista de BD, a trimestral “L’Echo des savanes”, que se publicou até 1982, da qual acabará por sair em 1975 para fundar outros dos títulos marcantes da vanguarda da BD, a revista “Fluide Glacial”, que se continua a editar (aceder AQUI ao site oficial dessa revista).
 
A partir de 1980 dedica-se quase exclusivamente à redacção dos editorias da revista, publicando a sua última obra de originais em 1986, “La bataille navale ou Gai-Luron en slip”.

Consagrando-se a partir daí quase exclusivamente à publicidade e à reedição de obras suas, recebeu o Grande Prémio do Festival de Angoulême em 1991.

Em 2014, por ocasião do seu 80º aniversário, o Museu de Arte e História do Judaismo, em Paris, realizou uma grande exposição retrospectiva sobre a obra de Gotlib.








 

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