segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

"Os Doze de Inglaterra" , BD de Eduardo Teixeira Coelho, editada em álbum no próximo dia 20 de Janeiro

É já nesta semana , no próximo dia 20 de Janeiro, que a Gradiva vai publicar o álbum de Banda Desenhada “Os Doze de Inglaterra”, de Eduardo Teixeira Coelho (ETC).

Essa banda desenhada foi originalmente publicada nas páginas do “Mosquito” entre 1950 e 1951 e teve como argumentista Raul Correia, baseando-se numa novela de António Campos Junior intitulada “Ala dos Namorados”, mas esta história medieval “já antes tinha sido contada na literatura portuguesa, nomeadamente em "Os Lusíadas", de Luís Vaz de Camões”.

Uma década depois da morte de ETC (falecido em 2005), esta edição em álbum é dirigida por outro histórico da BD portuguesa, José Ruy.

Na introdução desta edição José Ruy diz que estamos “perante uma das melhores histórias de cavalaria contadas em quadradinhos", explicando que para a edição em livro foram feitas reproduções a partir de provas impressas na época.

Segundo a LUSA, que cita José Ruy, no “álbum agora editado pela Gradiva manteve-se a característica da cor de fundo adoptada pelo jornal, que se sobrepunha ao traço preto e que nas edições originais de cada prancha saía semanalmente com tons diferentes”.

Refere ainda a Lusa que, com “esta edição, a Gradiva associa-se ainda aos 80 anos da revista O Mosquito, uma das populares publicações dedicadas à banda desenhada na primeira metade do século XX e cujo primeiro número saiu a 14 de janeiro de 1936 (…)”.

“Esta é a história de doze cavaleiros portugueses, entre os quais D. Álvaro Gonçalves Coutinho, o "Magriço", que seguem para Inglaterra para enfrentar outros tantos cavaleiros ingleses e defender a honra de doze damas inglesas acusadas por estes de falta de virtude.






"Na transposição do romance para quadradinhos, Eduardo Teixeira Coelho aplicou todo o seu talento, estilo e rigor, dando expressão às descrições do romancista com o seu traço estilizado, acentuando o movimento e a força das situações dramáticas da narrativa de Campos Júnior", sublinhou José Ruy.

“Com um estilo clássico e realista, Eduardo Teixeira Coelho é considerado uma das figuras maiores da banda desenhada portuguesa e um dos que melhor se apropriou de narrativas de pendor histórico.

“Já em Itália, onde se fixou e morreu em 2005, Eduardo Teixeira Coelho especializou-se na pesquisa e ilustração sobre armas brancas e armaduras”.

Refere ainda a Lusa que, a propósito dessa edição , no passado Sábado dia 16 Eduardo Teixeira Coelho foi homenageado pelo Clube Português de Banda Desenhada, na Amadora, na instalações do antigo Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem.


Nascido nos Açores em 4 de Janeiro de 1919, Eduardo Teixeira Coelho veio para Lisboa com 11 anos e cedo começou a publicar os seus trabalhos  no Sempre Fixe a partir de 16 de Abril de 1936, ao mesmo tempo que trabalhava  na publicidade e na ilustração, actividade que manteve até 1943, ano em que entrou para a revista “O Mosquito”.

Nesta revista, colaborando com o argumentista Raul Correia, tornou-se uma das suas imagens de referência, explorando temas como a história ou o fantástico.

Quando “O Mosquito” encerrou, em 1953, encontrou-se no desemprego. Esta situação e descontente com a situação que se vivia em Portugal, emigrou, trabalhando em Espanha, na Inglaterra e acabando por se fixar em França. Aqui colaborou nalgumas das mais importantes revistas da BD francesa, como “Vaillant” ou “Pif Gadget”, usando o pseudónimo de Martin Siévre.

Criou um vasto lote de personagens de BD, como Rgnar o Viking (1955-1960), Yves le Loup(1960-1961) ou Ayak, Le loup Blanc (1979-1984), entre tantas outras.

No início da década de 70 mudou-se para Itália, tendo aí recebido em 1973 o Prémio Yellow Kid para o melhor desenhador  estrangeiro, prémio atribuído por aquele que era então o mais importante festival de BD da Europa, o Salão Internacional de Lucca.


Nos anos seguintes foi alvo de várias homenagens em Portugal, acabando por falecer em 31 de Maio de 2005 na cidade italiana de Florença , onde vivia.




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