O nascimento de Lucky Luke não é consensual. Ao que parece terá surgido
pela primeira vez na edição de 10 de Outubro de 1946 na edição francesa da
revista Spirou, mas a maior parte das informações indicam que foi nas páginas de “L’Almanach Spirou 1947”,
colocado à venda em 14 de Novembro de 1946, que surgiu pela primeira vez o
célebre cowboy, numa curta aventura. É no ano seguinte que se inicia a
publicação, na revista Spirou, da primeira aventura longa de Lucky Luke, “A
Mina de ouro de Dick Digger”.
O seu criador foi Morris pseudónimo de Maurice De Bevere, nascido no
dia 1 de Dezembro de 1923 na pequena localidade belga de Courtrai . Ele queria
ser advogado, mas em 1944 apaixonou-se pelo desenho humorístico e abandonou os
estudos de direito para tirar um curso de desenho de animação por
correspondência. Iniciou-se profissionalmente no cinema de animação aos 20
anos, na Compagnie Belge d’Actualités e conheceu posteriormente Franquin, Paape
e Peyo. Como o cinema de animação lhe rendia pouco, aceitou começar a colaborar
na revista Spirou , onde criou o célebre cowboy Lucky Luke em 1946.
A sua paixão pelo Oeste americano levou-o ao México e aos Estado Unidos
em 1949, na companhia de Franquin e Jijé. Ficou pelos Estado Unidos por seis
anos para estudar desenho, aproveitando para recolher uma vasta documentação
sobre o velho oeste. Foi nesse pais que conheceu Goscinny, o célebre
argumentista de Astérix e que, a partir de 1955, se torna o argumentista de
Lucky Luke até 1977, ano do falecimento de Goscinny.
(Goscinny e Morris)
Em 1968, juntamente com Goscinny, Morris muda-se para revista Pilote,
onde continua a publicar a série Lucky Luke.
Morris faleceu em 16 de Julho de 2001, saindo poucos meses depois, a
título póstumo, o 71º álbum da série, “A Lenda do Oeste”.
Ao contrário de outros heróis, que “morreram” com o autor, Lucky Luke
continua as suas aventuras.
Entre o real e o imaginário, a série imortalizou diversas personagens,
quase tão famosas como o herói principal, tais como os célebres irmãos Dalton,
Jesse James, Billy the Kid, baseados em figuras reais do velho oeste, ou o
célebre cavalo Jolly Jumper, companheiro inseparável do herói, ou o cão
Rantanplan, que apareceu pela primeira vez em 1960 e ao qual Morris deu série
própria a partir de 1987.
O 70º aniversário da série tem sido palco de várias iniciativas este
ano, nomeadamente uma grande exposição retrospectiva em Angoulême, inaugurada
em Janeiro e que encerrou no passado 2 de Outubro e a edição, em Dezembro
último, do livro L’Art de Morris.
Ao longo do ano quase todas as grandes manifestações e festivais de
Banda Desenhada consagraram uma parte importante da sua programação à evocação
da data, o mesmo se anunciando para a próxima edição do AmadoraBD que terá
início no final deste mês.
A série tem sido alvo de várias reedições, alguma incluindo inéditos, e
o “Le Journal de Spirou” vai editar um número especial no final do ano dedicado
a Lucky Luke.
Já este ano foi publicado “L’Homme qui tua Lucky Luke”, uma homenagem
da autoria de Mathieu Bonhomme. Também em Janeiro de 2017 sairá outro álbum de
homenagem, que explora o universo do conhecido cowboy, “Jolly Jumper ne répond
plus”, de Guillaume Bouzard.
Entretanto, da série oficial, anuncia-se a publicação de uma nova
aventura de Lucky Luke, com edição prevista para 4 de Novembro, intitulada “La
Terre promise”, com desenhos de Achdé, o herdeiro da série, e argumento de Jul.
A aventura gira à volta de uma travessia de Lucky Luke pelo Oeste americano na
companhia de uma família judia.
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