O “Grand Palais” em Paris inaugurou no passado dia 28 de
Setembro uma grande exposição dedicada ao pai de TinTin, Hergé (o pseudónimo
criado por Georges Remi invertendo as iniciais do seu nome).
A exposição coincide com o 70º aniversário do lançamento da revista
Tintin, ao qual já AQUI nos referimos (acrescentando AQUI um site que permite
ler a colecção completa digitalizada).
Esta exposição, que é a segunda dedicada a um autor de BD
por essa centro de exposições , ( o outro foi Hugo Pratt) e a segunda grande exposição
dedicada a Hergé em Paris, dez anos depois da que lhe foi dedicada pelo Centro
Pompidou, não é “apenas” uma exposição sobre TinTin mas sobre o universo de
Hergé, nomeadamente a sua peixão pela pintura, quer como colecionador, quer
como “modelo” e ainda, faceta menos conhecida, como pintor, numa colaboração
com o Museu Hergé de Louvain-la-Neuve, na Bélgica.
Patente ao público, até 15 de Janeiro do próximo ano, nesta
exposição, que ocupa 10 salas do Grand Palais, podemos acompanhar a vida de
Hergé e das personagens que criou, o seu processo de criação, os principais
momentos da sua vida, mas também a forma como o mundo da arte se inspirou em
Hergé, e a própria incursão do pai de TinTin nas artes plástica, através de uma
vasta documentação.
Foi nos anos 50 que Hergé se interessou pelas artes
plásticas, frequentando regularmente a Galeria de arte Carrefour em Bruxelas e
onde conheceu alguns importantes críticos de arte que o aconselharam na criação
de uma colecção pessoal, que incluiu obras de Jean Dubuffet, Tom Wesselman ou
Roy Lichtenstein, entre outros.
Numa das suas viagens a Nova Iorque, em 1972, Hergé conheceu
Andy Warhol, que voltou a reencontrar poucos anos depois em Bruxelas, por
ocasião de uma exposição dedicada a Warhol na Galeria B desta cidade. Deste
reencontro nasceu o projecto de realizar uma série de quatro retratos em
acrílico de Hergé, três dos quais seriam compradas pelo próprio Hergé para
oferecer com prenda de casamento à sua segunda mulher, Fanny Rodwell, a grande
musa do pai de TinTin, vinte e poucos anos mais nova que o desenhador belga .
O entusiasmo de Hergé pela pintura levou-o, em 1962 e 1963,
a frequentar as aulas do pintor Louis Van Lint, do que resultaram cerca de quarenta
telas, de estilo abstracto, muito inspiradas em Miró e Matisse, outros dois
artistas admirados por Hergé.
A última aventura de TinTin, uma história inacabada, devido
ao falecimento do auto em 3 de Março de 1983, “TinTin et l’Alpha-Art”, concilia
as duas paixões de Hergé: TinTin e a pintura.
É um pouco de tudo isso que a exposição do Grand Palais nos
revela.
(Fonte: Fotografias retiradas da internet, com várias origens)
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