No dia 9 de Novembro de 1964 era publicada a primeira tira da série “The
Wizard of ID” ( o Feiticeiro de Id ou, no Brasil, o “mago” de ID).
A série de “Comic strip” foi criada por dois amigos de juventude, Brant
Parker, o desenhador, e Johnny Hart, o argumentista.
Brant Parker, nascido em Los Angeles em 26 de Agosto de 1920, combateu
na Segunda Guerra e, depois de ser desmobilizado, trabalhou nos estúdios de
Walt Disney. Em 1945 parte para Nova Iorque e torna-se cartoonista político no
Binghamton Press. Dois anos depois de ter criado o “reino” de ID, cria em 1966
a série Crock, uma série humorística sobre a legião estrangeira, em parceria
com Bill Richim e Don Wilder.
Johnny Hart (aliás, John Lewis Hart) nasceu em Nova Iorque em 19 de
Fevereiro de 1931, tendo combatido na Coreia, tendo aí iniciado a sua carreira
como cartoonista colaborando no semanário da armada norte-americana Stars and
Stripes. Desmobilizado em 1953, colabora em vários jornais de Nova Iorque e trabalha
no departamento gráfico da General Electric. Em 17 de Fevereiro de 1958 inicia
a publicação da série B.C, uma das mais famosas de sempre, passada numa
hipotética “idade da pedra”.
Ao criar a série “Feiticeiro de Id”, agora como argumentista, avança um
pouco na época histórica, para uma fictícia,
desconcertante e incongruente “Idade
Média”.
Tanto Brant Parker como Johnny Hart receberam vários prémio pelo seu
trabalho, não só pelo “Feiticeiro de ID”, mas também pelo conjunto do seu
trabalho enquanto cartoonistas e autores de séries de BD, como o prestigiado
Reuben Award (Hart em 1968, Parker em 1984), o Nacional Cartoonist Society Comic Strip Award
(Parker em 1971, 1976, 1980, 1982 e 1983), o Elzie Sege Award (Parker em 1986)
e Yellow Kid, do Festival italiano de BD de Luca(Hart, 1970).
O nome da série “The Wizard of Id” é uma brincadeira com “O Feiticeiro
de Oz”, indo buscar o nome de ID para o reino fictício a um termo freudiano,
referente ao instinto primário da mente humana, ao mesmo tempo joga com o diminutivo
da palavra Idiota (que se escreve em inglês de forma parecida).
A série é uma sátira à América contemporânea, criando um vasto lote de
personagens propositadamente incongruentes com a época “histórica” do reino de
ID, como o próprio rei, um tirano convencido, o feiticeiro, algo idiota, que dá
nome à série, o sempre fiel cavaleiro Sir Rodney ou o eterno prisioneiro Spook,
entre tantas outras.
O humor corrosivo da série teve de enfrentar a senha de vários
fundamentalistas das três principais religiões, a judaica, a cristã e a
muçulmana.
Em 1997 Brant Parker deixa de desenhar a série, entregue agora aos
cuidados do seu filho Jeff Parker. Hart continuou a colaborar na série até á
data da sua morte em 2007. Actualmente a série continua a ser editada em
milhares de jornais por todo o mundo, sendo criada no John Hart Studios, também
responsável pela série B.C.
Em Portugal a série conheceu algum sucesso nos anos 70, sendo editada diariamente,
se não estou em erro, no vespertino “A Capital”, nunca tendo conhecido, a não
ser em edições brasileiras, qualquer
edição retrospectiva editada em Portugal (menciono este parágrafo de
memória, já que não me foi possível confirmar esses dados ).
(As poucas edições da série em português foram publicadas no Brasil)
Por ironia do destino Hart e Parker faleceram com oito dias de
diferença, Johnny Hart em 7 de Abril de 2007 e Brant Parker em 15 de Abril
desse mesmo ano.
Algumas das referências e tributos aos dois autores, por ocasião da sua morte, podem ser lidos nos seguintes links:
Recordar Jonh Hart
tributo a Brant Parker
(oito dias antes de falecer, Parker editou um tributo ao seu amigo Hart, entretanto falecido)
Em Baixo também podemos ver alguns dos tributos realizados por outras séries, por ocasião do desaparecimento dos dois autores:
Aqui vos deixo com alguns dos momentos mais significativos da série “The Wizard of ID”:
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