A aventura espacial foi ao longo do tempo, muito antes da chegada do
homem à Lua, tema explorado por vários autores de Banda Desenhada.
O Caso mais famoso foi o de Hergé, que colocou alguns dos personagens
mais icónicos da série TinTin a pisar o nosso satélite.
Aconteceu entre 30 de Março de 1950 e 30 de Dezembro de 1953, na
revista belga Tintin, que publicou uma das mais longas aventuras do célebre
personagem, “On Marché Sur La Lune”, que acabou por dar origem a dois álbuns publicados
pela Casterman em 1953 e 1954, o 16ª e o 17º daquela série, intitulados,
respectivamente , “Objectif Lune” e “Om Marche sur la Lune!, em português “Rumo
à Lua” e “Explorando a Lua”.
A elaboração dessa aventura implicou um vasto trabalho de investigação
por parte de Hergé, que reuniu toda a documentação científica então existente
sobre a possibilidade de viajar para Lua.
A complexidade do trabalho levou-o a fundar os “estúdios Hergé”,
contratando um grande número de desenhadores belgas para o ajudarem nesse projecto.
A primeira parte da História narra os preparativos para a viajem, um
projecto do professor Girassol na fictícia Sildávia, com uma das presenças mais
marcantes do capitão Haddock, superando os irmãos Dupond(t) em cenas
hilariantes.
Este primeiro álbum termina quando a nave se prepara para alunar.
O segundo álbum passa-se quase todo na Lua, onde se descobrem passageiros
clandestinos na nave, os irmãos Dupond(t), que acabam por se tornar os “primeiros
humanos” a pisar a Lua, e um personagem misterioso, Jorgen, que procura, com a
ajuda do engenheiro Wolf, boicotar a viagem.
Num ambiente mais negro que no primeiro álbum, a existência de
passageiros clandestinos coloca o problema da falta de oxigénio suficiente para
o regresso, levando ao autossacrifício do martirizado Wolf, num suicídio não
assumido, situação que, à época, levou à tentativa de censura por parte de
sectores católica.
Muitas outras aventuras relataram a conquista da Lua, algumas recordando
o pioneirismo de Júlio Verne, outras romanceando a viagem do Apolo 11 e outras
recorrendo a uma “realidade alternativa”, (ver em baixo), mas nenhuma atingiu a
dimensão daquela aventura de TinTin.
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