sexta-feira, 18 de outubro de 2024

HOJE, DIA 18 de OUTUBRO é o Primeiro DIA NACIONAL DA BANDA DESENHADA PORTUGUESA

 


A Assembleia da República aprovou, no passado dia 27 de Setembro, consagrar este dia 18 de Outubro como DIA NACIONAL DA BANDA DESENHADA PORTUGUESA:

“Resolução da Assembleia da República n.º 77/2024

Consagra o dia 18 de outubro como o Dia Nacional da Banda Desenhada Portuguesa

“A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, consagrar o dia 18 de outubro como o Dia Nacional da Banda Desenhada Portuguesa”.

Aprovada em 27 de setembro de 2024.

O Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar Branco”.

É assim prestada uma justa homenagem a uma arte que, em Portugal, tem mais de cem anos de história, revelando-se como uma das mais originais a nível mundial, apesar de nunca ter merecido a devida atenção nacional e a divulgação que merecia a nível internacional.

Em Portugal, podemos encontrar as origens do tipo e forma de narração figurativa, característica das Histórias em Quadradinhos, nas muitas revistas satíricas e humorísticas amplamente publicadas a partir da segunda metade do  século XIX, graças à evolução das condições técnicas e da invenção da litografia nos finais do século XVIII, que permitiam reproduzir em grande número o desenho e a gravura.

Deve-se a Raphael Bordalo Pinheiro, a partir da década de 70 do século XIX, a introdução, de forma coerente e continuada, da linguagem característica da “banda desenhada”.

Depois, acompanhando a massificação da cultura, a crescente alfebetização da população, a expansão da imprensa e das publicações periódicas, ao longo do século XX, a banda desenhada conheceu uma ampla divulgação, permitindo que muitos autores portugueses pudessem divulgar os seus trabalhos, ao lado dos famosos autores estrangeiros.

Não pretendemos aqui fazer a história da BD portuguesa, aconselhando, para esse fim, a leitura da obra de António Dias de Deus “Os Comics em Portugal – uma história da Banda Desenhada”, editada em 1997 pela Bedeteca de Lisboa.

A consagração de um dia para lembrar a Banda Desenhada portuguesa só peca por tardia. Passada a época em que a BD se destacava nas páginas da imprensa ou da existência regular de grandes revistas de BD, e depois de alguma crise existencial, a BD portuguesa conhece novamente uma significativa dinâmica e criatividad, muito graças ao esforço e persistência de “pequenas” editoras independentes, muitos herdeiros do velho “fanzines”, e ao crescimento de exposições e festivais, maiores ou menores, que começam a apostar na divulgação da produção nacional.

A data, este ano, coincide com a abertura de mais importante festival de BD, o da Amadora, na sua 35ª edição.

Esperemos que a consagração de uma data anual para recordar a BD portuguesa possa contribuir para recordar e  valorizar os nomes históricos  e os novos nomes da nossa Banda Desenhada ( ou das Histórias aos Quadradinhos, “Quadradinhos” ou “Quadrinhos”, nome português da 9ª arte, infelizmente substituído cada vez mais pelo “afrancesamento” ou, pior ainda, pelo “americanizar”, daquela designação, respectivamente para “Banda Desenhada” ou “Comics”).

Em boa verdade, Portugal foi um país pioneiro no nascimento da Banda Desenhada, e por isso esta homenagem aos “Quadradinhos” portugueses e aos seus autores.

Vamos então celebrar este dia, ora visitando o Museu Bordalo Pinheiro, ora visitando o Festival da Amadora, ora seguindo e comprando o que de inovador e criativo se vai editando por cá.

 

 

 

 

 

 

 

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