terça-feira, 28 de maio de 2024

A Banda Desenhada Ucraniana

(IGOR BARANKO, o mais conhecido autor ucraniano de BD)

Na antiga União Soviética, da qual fazia parte a actual Ucrânia,  a Banda Desenhada não conheceu um desenvolvimento significativo.

A maior parte dos artistas soviéticos dedicavam-se ao cartoon, muitos deles divulgados nos jornais de parede, ou, quanto muito, ao cinema e animação ou colaborando na ilustração de publicações infantis.

A BD foi sempre marginalizada, vista como uma arte menor ou, na pior das hipóteses, como uma arte ao serviço da propaganda ocidental e do imperialismo norte-americano.

Algumas tentativas de desenvolver um BD de raízes russas, esbarrando contra o preconceito e enfrentando a censura, só singrou em publicações clandestinas.

Com a abertura iniciada nos finais dos anos 80 do século XX, foi possível conhecer  os comic’s norte-americanos e, principalmente, a manga japonesa, influenciando o aparecimento de novos autores.

Tornando-se independente da União Soviética, a Ucrânia conheceu o inicio do florescimento da BD ucraniana a partir da década de 90 do século XX.

A maior parte dessas primeiras BD’s caracterizavam-se pelo seu forte peso nacionalista, patriótico e histórico, explorando lendas e mitos tradicionais da Ucrânia.

Considera-se geralmente que a publicação do álbum “Silk State”, desenhado por Felix Dobrin e texto de Vasyl Barysh, da editora Dnipro, em 1990,em Kiev, foi  a primeira BD ucraniana.

Nesse mesmo ano foi publicada a BD “O Cerco de Kiev pelos Pechenegas”, de Serhy Vitaliyovyc Pozniack, uma saga histórica passada no século X.

A primeira revista de BD surgiu em 2003, com o título K9, cuja edição popularizou muito a BD entre as novas gerações ucranianas, principalmente ao estilo manga.

A partir de 2008 a BD ucraniana conhece uma politização crescente, confundindo-se muito com a propaganda nacionalista.

Igor Baranko é o autor ucraniano mais conhecido internacionalmente, com um percurso de vida muito peculiar.

Tendo nascido em Kiev em 1970, cidade onde estudou artes, serviu o exército vermelho soviético durante dois anos, numa aldeia da Sibéria.

Após a independência da Ucrânia, começou a editar algumas novelas gráficas e, entre 1993 e 1998, começou a enviar trabalhos seus para vários fanzines europeus.

Em 1999 emigra para os Estados Unidos, onde colabora em vários comics books.

O seu primeiro álbum é editado em 2003, simultaneamente nos Estados Unidos e em França, “The Hordes” (“L’Empereur Océan”), passando a colaborara na revista francesa Metal Hurlant, colaboração que o leva a participar na série de ficção cientifica E17 (“Exterminateur 17”) numa trilogia da série, com texto de Jean-Pierre Dionnet, que, inicialmente,  criou essa série com desenhos de Enki Bilal.

Recentemente publicou a série em 3 volumes “Jihad”, o último dos quais editado 2014, uma ficção política futurista passada em 2040, sobre a resistência a um ditador russo que pretende reconstruir um império do Pacífico ao Atlântico, num mundo apocalíptico pós guerra nuclear, série premonitória da realidade actual.







Nos últimos anos tem-se assistido a uma grande expansão da BD ucraniana, interrompida em parte pela invasão russa.

Esta nova geração tem um peso significativo de autoras femininas, apoiada por várias editoras inovadoras e criativas.

Fixemos, entre esses novos autores, os seguintes nomes:

Artistas :

Serhiy Chudakorov, Yulia Vus, Ivan Kypibida, Beata Kurkul, Sergiy Chudakovor, Anna Tarnoviecka, Zhenia Oliynyk, Maryia Lantsuta, Sasha Komiahov, Oleksiy Chebykin, Igor Baranko, Oleksiy Opara, Oleksiy Bondarenko, Maksym Bohdanovskiy, Viktoria Panomarienko, Yevhen Tonchylov, Mykyta Gubskiy, Reikhan Aksu, Oleksandr Koreshkov, Maksym Udynskiy, Illia Bakuta, Andriy Dankovych, Andriy Dyakiv, Dartsya Zironka, Maksym Solntsev, Illia Bakuta, Maksym Udynskiy, Dana Vitkovska, Ihor Davidyenko

Argumentistas :

Emma Antoniuk, Zhanna Ozirina, Mykola Yabchenko, Artem Czech, Svetlana Taratorina, Marina Artiemienko, Maryia Lantsuta, Sasha Komiahov, Igor Baranko, Vyacheslav Buhaiov, Oleksiy Bondarenko, Denys Fadieiev, Oleksandr Fylypovich, Raman Onishchenko, Denys Skorbatyuk, Olha Voznyuk, Bohdan Solovian, Oleksandr Koreshkov, Maksym Udynskiy, Illia Bakuta, Andriy Dankovych, Illia Bakuta, Ihor Davidyenko.

Aqui ficam, pois, algumas breves notas sobre a BD ucraniana, como homenagem à corajosa resistência desse povo à violência da guerra que estão a enfrentar.







segunda-feira, 27 de maio de 2024

BD VEDRAS - 2024 - Inauguração da Exposição de Vasco Parracho


No passado Sábado, dia 25 de Maio, teve lugar a segunda iniciativa do BD VEDRAS, a inauguração da Exposição dedicada ao autor Vasco Parracho.

A iniciativa teve lugar na sede principal da Cooperativa de Comunicação e Cultura e pode ser visitada até finais de Junho.

A próxima iniciativa do BD VEDRAS vai acontecer no próximo Sábado, 1 de Junho, no espaço da Biblioteca Municipal de Torres Vedras, onde se encontra a outra exposição deste encontro de BD, dedicada aos primeiros fanzines de BD em Portugal.

Neste dis ocorrerá uma visita guiada à exposição dos fanzines, seguindo-se o anúncio do Concurso de BD e Cartoon Jãoa Sarzedas, e uma conversa/debate sobre a história e o futuro dos fanzines, com a presença de Carlos Gonçalves, do Clube Português de BD, e de Carlos Pessoas, jornalista/fundador do jornal Público, e outras surpresas, como a elaboração de um fanzine de bolso.

Aqui ficam algumas das fotos tiradas durante a insuguração da exposição de Vasco Parracho, na CCC:























terça-feira, 21 de maio de 2024

BD VEDRAS 2024 - Inauguração da Exposição sobre os Fanzines e lançamento do nº 9 do fanzine IMPULSO

                                          

(da esquerda para a direita, Antero Valério, Venerando de Matos, Carlos Ferreira, Joaquin Estves, Vas co Parracho e Lança Guerreiro)

No passado Sábado 18 de Maio, à tarde, foi inaugurada e Exposição "Fanzines Portugueses", na sala de exposições da  Biblioteca Municipal de Torres Vedras.

Com esta iniciativa deu-se inicio ao BD VEDRAS 2024, que vai durar até ao próximo di 21 de Junho.

Essa exposição pretende mostrar o nascimento do movimento dos fanzines de Banada Desenhada em Portugal, com destaque para o fanzine torriense Impulso.

A mostra de fanzines concentra.se na década de 1970, principalmente no período antes do 25 de Abril.

Nesse mesmo evento, que contou com a presença da veradora do pelouro da cultura da Câmara Municipal de Torres Vedras e com a directora da Biblioteca Municipal, foi lançado o nº 9 do fanzine torriense Impulso.

O próximo evento vai ser a inauguração da exposição "Vasco Paracho e a Banda Desenhada", a insugurar no próximo Sábado na Sala de Exposições da Cooperativa de Comunicação e Cultura, na zona histórica da cidade, que terá lugar pelas 17 horas do Sábado dia 25 de Maio.

Vasco Parracho é um dos mais conceituados e premiados autores da BD portuguesa, professor na Escola António Arroio de Lisboa.

Ainda anets do encerramento do certame terá lugar um conjunto de iniciativas previstas para o Sábado 1 de Junho, com uma visita guiada à exposição "Fanzines Portugueses", seguindo-se o lançamento do "concurso de BD e cartoon João Sarzedas-Torres Vedras" e culminando com um debate sobre "A Banda Desenhada e os Fanzines em Portugal", que conta com a presença de Carlos Gonçalves, histórico dirigente do Clube Português da Banda Desenhada, e de Carlos Pessoa, jornalista fundador do jornal Público, especialista na BD e colaborador de vários fanzines históricos, como no Impulso. Este conjunto de iniciativas vai ocorrer na Biblioteca Municipal de Torres Vedras,  partir das 17.30.


(Da esquerda para a direita, Drª Goreti, directora da BMTV, Drº Ana Umbelino, veradora da cultura da CMTV, Vasco Parracho e Carlos Ferreira)

(capa do nº 9 do Impulso)

(Joaquim Esteves e Venerando Aspra de Matos)

(Carlos Ferreira e Lança Guerreiro)

(em priemeiro plano, da esquerda para a direita, Joaquim Esteves e Antero Valério)

(Antero Valério e Joaquim Esteves)




(José Sanina e Lança Guerreiro)












(em primeiro plano, da esquerda para a direita, dois "históricos" do Impulso, Mario Rui Hipólito e Calisto Ferreira)

(FOTOGRAFIAS da autoria de Joaquim Esteves, José Manuel Pinto Gouveia e Venerando Aspra de Matos)