O Álbum foi editado já há algum tempo, em 2019, no chamado formato italiano, pela editora
Ponent Mon.
O seu autor é o francês Bruno Loth, aqui assessorado pelo
seu filho Corentin Loth, responsável pelo tratamento das cores.
Pessoalmente desconhecia a obra e a personalidade do
autor, nascido em França em 1960 mas já com uma vasta obra editada em espanhol
e em francês.
Que eu saiba, não tem nenhuma obra editada em Portugal. Em
português apenas no Brasil, exactamente a obra que aqui destacamos.
Bruno Loth nasceu em 26 de Maio de 1960, na cidade
francesa de Talence, próxima de Bordéus e vizinha de Villenave d’Ornon, cidade
geminada com Torres Vedras.
Com essa obra lançou-se igualmente na aventura editorial, criando a sua própria editora, Libres d’ Images.
A Guerra Civil de Espanha tem sido um dos temas
decorrentes da sua já vasta obra.
Editou depois "Mémoires d’un ouvrier: Avant guerre
et sous l’Occupation" (entre 2010 e 2014, com edição integral em 2016),
baseando-se na vida do seu pai nos anos 30 e 40 do século passado, "Dolorès" (2016), obra que evoca a
retirada e o exílio dos republicanos em França, a referida "Guernica"
(2019) e "Viva l’anarchie!: La reencontre de Makhno et Durutti"
(2020), cruzando o encontro entre o líder anarquista espanhol Buanaventura Durutti
e o revolucionário ucraniano Nestor Makhno, que combateu os russos no seu país
em 1917, todas estas obras na editora
francesa Boîte à Bulles.
Um Picasso sem inspiração para a encomenda que o governo
republicano lhe tinha feito, para representar a Espanha republicana no pavilhão
desse país naquela exposição internacional, por influência da sua musa de
então, a fotógrafa Dora Maar, e pelo visionamento de um filme sobre o
bombardeamento daquela cidade mártir, acaba por reencontrar inspiração e criar
o célebre quadro Guernica, que se tornou um símbolo da denuncia contra os crimes
de guerra. A construção dessa obra foi documentada, como também se refere o álbum de Loth, pela fotógrafa Dora
Maar.
A edição espanhola inclui um dossier fotográfico e
documental com o depoimento de um dos sobreviventes daquele acto criminoso,
Luis Iriondo, o último ainda vivo que o autor encontro, e cujo testemunho foi
fundamental para a construção deste álbum, bem como a mensagem dos
sobreviventes por ocasião da visita a Guarnica, em 1997, do então presidente da
Alemanha , Roman Herzog, bem como o pedido formal de desculpas que este
apresentou na ocasião do 60º aniversário do bombardeamento.
A “linha clara”, que marca o estilo do autor, bem como a
sobriedade das cores, realça a dimensão da tragédia vivida pela população de cinco mil habitantes de Guernica (Guernika
em basco), bem representada pelos
retratos individuais traçados pelo autor, que realçam a dimensão da tragédia
humana vivida pelos habitante dessa mítica localidade basca.
Uma obra a merecer a atenção do cada vez mais dinâmico sector editorial de 9º arte em Portugal.






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