sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Hergé no "Grand Palais" , em Paris

O “Grand Palais” em Paris inaugurou no passado dia 28 de Setembro uma grande exposição dedicada ao pai de TinTin, Hergé (o pseudónimo criado por Georges Remi invertendo as iniciais do seu nome).
A exposição coincide com o 70º aniversário do lançamento da revista Tintin, ao qual já AQUI nos referimos (acrescentando AQUI um site que permite ler a colecção completa digitalizada).
Esta exposição, que é a segunda dedicada a um autor de BD por essa centro de exposições , ( o outro foi Hugo Pratt) e a segunda grande exposição dedicada a Hergé em Paris, dez anos depois da que lhe foi dedicada pelo Centro Pompidou, não é “apenas” uma exposição sobre TinTin mas sobre o universo de Hergé, nomeadamente a sua peixão pela pintura, quer como colecionador, quer como “modelo” e ainda, faceta menos conhecida, como pintor, numa colaboração com o Museu Hergé de Louvain-la-Neuve, na Bélgica.
Patente ao público, até 15 de Janeiro do próximo ano, nesta exposição, que ocupa 10 salas do Grand Palais, podemos acompanhar a vida de Hergé e das personagens que criou, o seu processo de criação, os principais momentos da sua vida, mas também a forma como o mundo da arte se inspirou em Hergé, e a própria incursão do pai de TinTin nas artes plástica, através de uma vasta documentação.
Foi nos anos 50 que Hergé se interessou pelas artes plásticas, frequentando regularmente a Galeria de arte Carrefour em Bruxelas e onde conheceu alguns importantes críticos de arte que o aconselharam na criação de uma colecção pessoal, que incluiu obras de Jean Dubuffet, Tom Wesselman ou Roy Lichtenstein, entre outros.
Numa das suas viagens a Nova Iorque, em 1972, Hergé conheceu Andy Warhol, que voltou a reencontrar poucos anos depois em Bruxelas, por ocasião de uma exposição dedicada a Warhol na Galeria B desta cidade. Deste reencontro nasceu o projecto de realizar uma série de quatro retratos em acrílico de Hergé, três dos quais seriam compradas pelo próprio Hergé para oferecer com prenda de casamento à sua segunda mulher, Fanny Rodwell, a grande musa do pai de TinTin, vinte e poucos anos mais nova que o desenhador belga .

O entusiasmo de Hergé pela pintura levou-o, em 1962 e 1963, a frequentar as aulas do pintor Louis Van Lint, do que resultaram cerca de quarenta telas, de estilo abstracto, muito inspiradas em Miró e Matisse, outros dois artistas admirados por Hergé.
 
A última aventura de TinTin, uma história inacabada, devido ao falecimento do auto em 3 de Março de 1983, “TinTin et l’Alpha-Art”, concilia as duas paixões de Hergé: TinTin e a pintura.
É um pouco de tudo isso que a exposição do Grand Palais nos revela.
  
 
 
 
















  (Fonte: Fotografias retiradas da internet, com várias origens)

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